Pelo apoio à greve geral no dia 14

RIAAM-Brasil e associados devem apoiar greve geral do dia 14

Apelo foi feito pelo vereador Gilson Reis (PCdoB), que alertou: não vão reformar a Previdência. Querem acabar com ela. Temos que lutar contra isto.

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Vereador Gilson Reis, de Belo Horizonte (PC do B)

Biólogo de formação e especialista em Economia e Direito, o vereador Gilson Reis (PC do B) fez um apelo para que a RIAAM-Brasil e as entidades associadas apoiem os movimentos que organizam a greve geral marcada para o próximo dia 14. A paralisação de todas as categorias de trabalhadores no país objetiva combater retrocessos como a reforma da Previdência e o corte de investimentos no básico e superior.

“Há alguns meses as centrais sindicais do país estão construindo uma unidade. A ideia é unir entidades de várias categorias em Belo Horizonte para colocar o povo na rua. Se o povo não se mobilizar, a reforma vai nos levar a uma condição de miserabilidade  nunca vista antes”, afirmou.

Temos que nos mobilizar, conscientizar a população. O projeto de reforma da Previdência ainda não foi aprovado. Podemos evitar estas perdas. Podemos evitar que o governo corte direitos que vão representar um grande retrocesso. Vamos ter um cenário de grande miserabilidade. Vamos voltar para um cenário semelhante ao do século XIX.

Para Gilson, é importante que entidades como a RIAAM e instituições conveniadas, defensoras dos idosos, aposentados e pensionistas conscientizem seus associados sobre os prejuízos que terão com a reforma da Previdência.

‘Não é uma reforma. É o fim da Previdência Pública’

“Não é uma reforma. É o fim da Previdência Pública. Vamos viver numa condição de miserabilidade inimaginável. Se não nos mobilizarmos agora, estaremos negligenciando o futuro”, afirmou.

Em análise na Câmara dos Deputados, a PEC (00619) apresentada pelo governo Bolsonaro (PSL), que propõe a reforma da Previdência, segundo Gilson Reis, vai tirar direitos de todos e não vai gerar empregos ou mais investimentos para a Educação.

Segundo Reis, a reforma não está associada à geração de empregos.  Pelo contrário. Ele explicou que, com os 14 milhões de desempregados os problemas da Previdência só se agravam, pois, o governo está deixando de recolher o INSS de todas estas pessoas que estão sem trabalhar.

“Se quisesse reformar, o governo  poderia mudar a forma de custeio, criando impostos que onerassem as grandes riquezas, ou cobrar a dívida que as grandes empresas e corporações têm com a Previdência”, explicou.

Ensino público está sendo duramente atacado

Vendida pelo governo Bolsonaro como um remédio para todos os males do Brasil, a Reforma da Previdência não vai garantir o aumento dos aportes destinados ao ensino básico ou superior; alvo de cortes feitos de forma intempestiva pelo Ministério da Educação (MEC). A avaliação é do vereador Gilson Reis (PCdoB) que vem lutando contra a PEC que propõe a reforma da Previdência

Aprovada pelo governo Temer (PMDB); a PEC 95 – que ficou conhecida como “PEC do fim do mundo”, por determinar o congelamento dos investimentos governamentais nos próximos vinte anos – não permite que o governo federal aumente os gastos mesmo em setores estratégicos como Saúde e Educação.

“Desta forma, se o governo está impedido de ampliar os gastos, não vai poder aumentar os investimentos em educação. Mesmo que o PIB do Brasil crescesse em 10%, os recursos em educação vão continuar estagnados, ou vão reduzir ainda mais”, afirmou.

A reforma do ensino médio, também implantada durante o governo Temer; ao ampliar o número de aulas dos estudantes secundaristas  de 1800 horas/aulas por ano para 2.600 horas/aula por ano, fez com que as aulas passassem a ser oferecidas em dois turnos (manhã e tarde); inviabilizando assim, a oferta do ensino noturno para esta etapa.

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Gilson: Reforma não favorece Educação, pelo contrário

‘Jovens que trabalham não podem estudar à noite’

“Os estudantes mais jovens que estudavam à noite, não poderão mais estudar. Muitos que trabalham pela manhã e tarde serão obrigados a deixar a sala de aula, uma vez que não poderão mais estudar à noite. Vão ser encaminhados para o EJA”, afirmou.

Desta maneira, ainda segundo Reis, muitos destes jovens passarão a estudar junto com idosos, o que dificulta o aprendizado de ambas as faixas etárias. O vereador explica que muitos idosos, quando jovens, foram impedidos de estudar por seus pais.

“Principalmente as mulheres. Impedidas pelos pais e maridos de estudar, muitas ficaram vulneráveis. Quando os maridos morrem ou abandonam o lar, muitas precisam se inserir no mercado de trabalho, precisando se alfabetizar  para  terem uma profissão, para sobreviver”, explicou.

Além disso, a educação dos idosos é uma forma de socialização de homens e mulheres com mais de 60 anos. Envolvidos nos trabalhos escolares, eles acabam superando problemas como depressão e, até, desenvolvem atividades como artesanato que podem ajudar a gerar renda. “Não só para eles, mas para a própria família”, disse.

Mas a reunião de jovens e idosos em uma mesma sala de aula não é benéfica. “Jovens e idosos têm perspectivas diferentes. A reunião de ambos em um mesmo ambiente pode desestimular ambos: os jovens e os idosos, fazendo que aumente a evasão”, afirmou.

Esta situação foi atestada pela diretora de Assistência Social, Marketing e Relações Públicas, Ana Lúcia de Souza Carvalho. Ela contou que, em 2015 foi fazer o curso de Enfermagem do Pronatec, que era oferecido pelo governo Dilma.

“Na minha sala, os jovens implicavam com os mais velhos. Temos outro ritmo, uma forma diferente de aprender. Os jovens acabam ficando com raiva dos vovôs. É muito ruim isso”, contou.

Fundo Nacional – Fundeb – vale até final do ano

Para o vereador Gilson Reis, os cortes na educação também justificam a mobilização da sociedade que devem participar no próximo dia 14 da greve geral.

“O governo já disse que não vai renovar o FUNDEB (Fundo Nacional de Desenvolvimento para Educação Básica) que tem validade até o dia 31 de dezembro de 2019. Temos que lutar contra tudo isto”, disse.

(Texto e fotos: Magali Simone – Especial para a RIAAM-Brasil)

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