Aposentadoria difícil

Em 2019, dois anos após a reforma trabalhista, aumentou em um milhão o número de trabalhadores que não conseguem pagar a Previdência Social em relação a 2012. Esses e outros dados mostram que a reforma proposta e aprovada durante o governo de Michel Temer (MDB-SP) não só precarizou as relações de trabalho, como está começando a dar sinais de que também irá impedir a aposentadoria de trabalhadores e trabalhadoras no futuro próximo.

Os dados são de estudo realizado pela doutoranda da Escola Nacional de Ciências e Estatística do IBGE, Adriana Maria Dessie, a partir da Pesquisa Nacional por Amostragem em Domicílio (PNAD Continua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A reforma trabalhista aumentou a informalidade, o que faz com que as pessoas não tenham renda suficiente para contribuir com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), concluiu a pesquisadora.

O objetivo da pesquisa da doutoranda era analisar como a financeirização da economia no Brasil reduziu o investimento produtivo, que gera empregos com carteira assinada, principalmente na indústria, o que a Organização Mundial do Trabalho (OIT) chama de “emprego decente”.


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“A conclusão a que cheguei é de que a reforma trabalhista impacta negativamente na possibilidade de uma pessoa poder se aposentar por não ter dinheiro para contribuir”, afirma a pesquisadora. “As pessoas ou não tem emprego decente, ou têm trabalhos intermitentes, trabalham mais horas por semana para ter uma renda mínima, e ainda há os que sequer conseguem trabalhar as horas necessárias”, explica Adriana, que complementa: “Elas não conseguem se aposentar porque não têm condições financeiras para contribuir com os anos necessários para obter o benefício”.


(* Com informações do Sintrajufe – Leia mais aqui )


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