
Uma pesquisa da Fiocruz, realizada entre abril e maio deste ano, em pleno período de isolamento social, comprovou que 36% dos idosos e idosas brasileiros que ainda tinha um emprego formal ficaram sem renda na pandemia. No grupo dos informais, esse número pulou para 55%.
A discussão sobre o retorno às aulas também é tratada pela mesma Fiocruz como uma ameaça à vida de 5,4 milhões de pessoas idosas que convivem com, pelo menos, um menor em idade escolar. Sabe-se que idosos morrem mais, posto que são mais vulneráveis às consequências da doença decorrente do coronavírus, a covid-19.
Apoio a idoso com deficiência
https://aseapprevs.com.br/bpc-pessoas-com-deficiencia-tem-direito-aos-r-600/
Ausência de políticas públicas
Essa situação é agravada na pandemia no Brasil, diante da nítida ausência, por parte do Governo Federal, de políticas públicas de saúde capazes de reduzir os impactos da covid-19 na vida das populações mais vulneráveis.
A pandemia encontrou uma tempestade perfeita: Estado irresponsável, indefinição de políticas de proteção da vida, pouco investimento público e uma crescente população idosa precisando de cuidados.

Levantamento do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA), em colaboração com pesquisadores da Universidade de Stanford e do Imperial College de Londres, demonstra que mortes precoces devem aumentar 8,6% no Brasil até 2030, causadas, principalmente, por doenças infecciosas e deficiências nutricionais em pessoas com até 70 anos. O número equivale a um aumento de quase 50 mil óbitos considerados evitáveis.
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Por Elizangela Maria Martins*.
*Estudante de Direito. Educadora Popular e Feminista. Membro do Grupo de Estudos sobre o Envelhecimento Humano na perspectiva da Totalidade Social (GEEHPTS). Coordenadora de Projetos do Centro de Desenvolvimento e Cidadania. Assessora Técnica do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa de Olinda.
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Como as crianças, os idosos precisam de cuidados especiais. A crise atual tornou isso vívido. Milhões de pessoas transformaram suas vidas, ficando em casa, usando máscaras, praticando o distanciamento social, para proteger seus pais e avós vulneráveis, assim como outras pessoas idosas que nem conseguem ver.
Mas isso representa um paradoxo científico intrigante. Sabemos que os seres humanos são constituídos pelas forças da evolução e seleção natural.
Então, por que evoluímos para ficar vulneráveis ? Durante um período tão longo de nossas vidas? E por que humanos fortes e capazes no auge da vida gastam tanto tempo e energia cuidando daqueles que não são mais tão produtivos? Os chimpanzés raramente vivem mais de 50 anos e não há equivalente de chimpanzé na menopausa.
Mas mesmo nas culturas de caçadores-coletores sem medicina moderna, se você pode passar pela infância, pode viver até os 70 anos. A velhice, a cognição humana e a cultura evoluíram juntas.
Estudo para desvendar estas questões
Uma nova edição especial das Transações Filosóficas da Royal Society, dedicada à “História da Vida e da Aprendizagem“, que eu co-editei, reúne psicólogos, antropólogos e biólogos evolutivos para tentar responder a essas perguntas.
Os humanos sempre foram “coletores de colheita”, usando técnicas complicadas, como caça e pesca, que nos permitem encontrar calorias adicionais em praticamente qualquer ambiente. Nossos grandes cérebros tornam isso possível, mas precisamos de cultura e ensino que nos permitam desenvolver habilidades complexas por muitas gerações.
Na edição especial, Michael Gurven, da Universidade da Califórnia em Santa Barbara, e seus colegas argumentam que as pessoas mais velhas podem ter um lugar especial nesse processo. Muitas habilidades de alimentação exigem anos de prática – os caçadores não atingem o pico até os 30 anos de idade.
Mas é difícil praticar uma habilidade e ensiná-la a outra pessoa ao mesmo tempo. (As panquecas de domingo levam o dobro do tempo quando as crianças ajudam.) O professor Gurven e sua equipe descobriram que, matematicamente, a melhor estratégia evolutiva para o desenvolvimento de muitas habilidades complexas é que os velhos ensinem aos jovens.
Dessa forma, os melhores artistas de primeira classe na vida podem se concentrar em fazer as coisas, enquanto os alunos mais jovens se combinam com professores mais velhos, mais informados, mas menos produtivos.
Avós são propensos a serem professores
Os pesquisadores analisaram mais de 20.000 observações coletadas em 40 locais diferentes e encontraram esse padrão em muitas culturas diferentes de caça e coleta. As crianças eram mais propensas a aprender com outras crianças mais velhas ou mais velhas. Os avós não eram fornecedores tão fortes ou eficazes como os de 30 anos, mas eram mais propensos a serem professores.
Isso pode explicar por que os seres humanos evoluíram para uma longa velhice: as vantagens de um ensino selecionado para aqueles anos extras da vida humana. De uma perspectiva evolutiva, cuidar de seres humanos vulneráveis ?? Em qualquer fim de vida permite que todos os seres humanos prosperem.
A pandemia nos fez perceber tanto a importância quanto a dificuldade desse tipo de atendimento. Na sociedade mais rica da história, o trabalho de cuidar de idosos e jovens envolve pouco dinheiro e menos status. Os idosos são frequentemente isolados.
Talvez depois da pandemia, possamos apreciar melhor a profunda conexão entre jovens aprendizes brilhantes e frágeis e velhos professores sábios e vulneráveis, e reuniremos netos e avós novamente.
(* Traduzido do espanhol de publicação Sentido Comun, do México
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Na Suécia, idosos em asilos não recebem ajuda em casos graves de Covid-19

A decisão da Suécia de não impor um lockdown (bloqueio total de circulação de pessoas) durante a pandemia da Covid-19 já havia atraído a atenção e críticas da opinião pública no mundo inteiro. Agora, uma onda de denúncias de que os idosos em asilos não receberam os cuidados necessários para sobreviver ao novo coronavírus está colocando em xeque a estratégia sueca de combate à pandemia. Pessoas acima de 60 anos representam 95% das mortes por Covid-19 no país nórdico.
O governo sueco já admitiu que falhou ao não proteger adequadamente essa parcela da população, mas afirma que médicos e instituições agem segundo regras rígidas estipuladas pelo Conselho Nacional de Saúde e Bem-Estar.
Documentos e denúncias de médicos e entidades nos últimos dias apontam para a aplicação de diretrizes como tratar os idosos nos próprios asilos — em vez de encaminhá-los a hospitais e UTIs — e administração de cuidados paliativos (de fim de vida), no lugar de tratamentos; além disso, orientam a não administração de oxigênio mesmo em casos mais graves da doença.
“Temos recebido sinais de que os idosos não têm tido acesso a tratamento com oxigênio, que faz parte das recomendações para tratamento paliativo do Conselho Nacional de Saúde e Bem-Estar“, afirmou a diretora-geral do IVO, Sofia Wallström, ao jornal Dagens Nyheter (DN). “Todos têm direito a receber o cuidado de que precisam, seja paliativo ou de outro tipo”, completou.
“Todos têm direito a receber o cuidado de que precisam, seja paliativo ou de outro tipo”
Suécia tem a mais alta taxa de mortalidade
A Suécia tem a mais alta taxa de mortalidade per capita por Covid-19 da Europa, segundo dados da Our World In Data, da Universidade de Oxford, com 6,25 mortes por dia por milhão de habitantes.
Até terça-feira (26), pessoas com mais de 60 anos eram 3.848 dos 4.125 mortos pelo vírus no país. Do total, 65% tinham mais de 80 anos — e cerca de três quartos viviam em asilos, segundo o governo. Porém, apenas 3,9% das pessoas que tiveram acesso a atendimento em UTIs tinham mais de 80 anos, segundo o registro de unidades intensivas publicado pelo Svenska Aftonblated.
(* Com informações do Tab/UOL – Leia a reportagem completa em
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Quase 10% dos idosos brasileiros têm depressão. A prática de exercícios físicos é uma excelente forma de combate

Por Magali Simone, especial para RIAAM-Brasil
Dificuldade de dormir, ansiedade, tristeza profunda, falta ou excesso de apetite, perda do prazer pela vida, desinteresse, pensamentos suicidas. Os idosos com depressão. Estes são alguns sintomas da depressão, doença que está atingindo cerca de 11% dos 21,872 milhões de pessoas. Os dados são do IBGE que constatou que a doença atinge mais idosos entre 60 e 64.
Especialistas aconselham a família a procurar ajuda psicológica ou psiquiátrica porque, muitas vezes a depressão pode ser confundida com outros males como demências, prejudicando o tratamento. Eles também lembram que a depressão debilita o corpo estando associada a outras doenças que podem reduzir a qualidade de vida dos idosos.
O problema, segundo o IBGE, é maior entre os idosos institucionalizados que vivem em casas de repouso ou asilos. De acordo com o IBGE, a falta de contato familiar e a necessidade de se adaptar à regras acabam por prejudicar a autoestima, levando a doença.
Em todos os casos, o tratamento inclui terapia psicológica e o uso de medicamentos. Também é recomendando a reinserção familiar e o estímulo de atividades físicas e artísticas que dêem prazer ao paciente.
Como contribuir para o tratamento da depressão:
Apoie o doente, não faça cobranças. Tente se identificar com ele. Frases como: “Eu te compreendo”, “Conte comigo”, “Eu estou aqui”, fazem a diferença.
Não o compare com os outros.
Não queira queimar etapas. Se a pessoa está depressiva, não cobre alegria e energia do doente. Ele não vai conseguir ver o “lado positivo” da vida.
Evite usar frases como “O que tem de errado com você?”, “Saia dessa!”. “Você tem que ajudar o tratamento!”, ou “Eu não posso fazer nada por você!”.
Não culpe o depressivo por estar com depressão.
Dê abraços, leve-o a um psicólogo, cerque o paciente com carinho.
Faça companhia.
Quando o depressivo tiver condições, estimule-o a fazer esportes.