Número de aposentados no Brasil cresce 19% em 7 anos e chega a 30,7 milhões

O país tinha 30,7 milhões de pessoas com alguma renda de aposentadoria ou pensão no ano passado, 19% do que em 2012 (25,8 milhões), mostram dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a pesquisa, 14,7% da população brasileira tinham, desta forma, rendimentos de aposentadoria ou pensão no ano passado, resultado ligeiramente acima do registrado no ano anterior (14,6%). É a maior proporção da série histórica da pesquisa do IBGE, iniciada em 2012.
Renda de aposentados representa 20% no Brasil
O IBGE mostrou que, em média, a aposentadoria e pensão representam 20,5% dos rendimentos da população brasileira, percentual igual ao registrado em 2018. O rendimento do trabalho segue a principal fonte de renda no país, respondendo por 72,5% do total em 2019. Aluguel e arrendamentos eram mais 2,5%.
(* Com informações do Valor Investe
Leia mais
Enquanto aumenta o número de lares que dependem dos idosos aposentados para o sustento, levantamento do CDL-BH (Clube de Diretores Lojistas de Belo Horizonte) registra que os consumidores com mais de 65 anos de idade são os mais inadimplentes na capital mineira.
Em comparação com o ano passado, no mês de julho houve um aumento de 16,41% do número de idosos com as contas no vermelho.
O estudo vem em um momento de crise, em que a renda da população nesta faixa etária teve queda de 6,4% – entre janeiro e abril, segundo o IBGE.
Quando leva-se em conta toda a população de BH (com todas as idades), o levantamento aponta crescimento de 1,17% no número de endividados em comparação com o mesmo mês do ano passado.
O crescimento das despesas com saúde, com planos de saúde e gastos com medicamentos, é um dos motivos que explica esta inadimplência.
“Como são pessoas, na maioria dos casos, aposentadas, acabam tendo uma redução na renda. O custo de vida, no entanto, vai na direção contrária, com gastos elevados na saúde. As despesas aumentam e elas não conseguem destinar recursos para pagar suas dívidas”, explica a economista da CDL-BH, Ana Paula Bastos.
Idoso tenta voltar a trabalhar
O alto número de desempregados no Brasil também está diretamente ligado ao aumento da inadimplência entre os mais velhos.
Segundo Ana Paula, com muitos trabalhadores parados, os aposentados se tornam os responsáveis pela sustentação da casa. No entanto, o dinheiro não é suficiente e acabam se endividando.
“Essa tendência tem crescido desde os últimos anos, com o aumento do desemprego familiar. Hoje temos muitos aposentados tentando se inserir no mercado de trabalho novamente para complementar a renda. Vemos muitos senhores rodando em aplicativos de transporte ou outras funções para conseguir um dinheiro extra. Na maioria das vezes são sub-ocupações que ajudam na renda”, diz a economista.
Também são comuns casos de idosos que emprestam o nome para terceiros e acabam entrando na lista de devedores por conta da dívida de familiares ou conhecidos.
“Normalmente as pessoas da faixa etária acima de 65 anos não compra por impulso, são mais experientes e cautelosas na hora da compra. Ainda assim emprestam o nome para outras pessoas e a situação muda”, afirma Ana Paula Bastos.
( * Com informações do CDL-BH e do Estado de Minas – Leia mais Aqui)